Veterinários alertam para a necessidade da vacinação de cães e gatos contra a raiva
De janeiro a junho deste ano, quase 4 de cada 10 amostras de material colhido de herbívoros e de morcegos deram positivo para a raiva, de acordo com informações do laboratório de virologia do Centro Estadual de Pesquisa em Sanidade Animal Geraldo Manhães Carneiro, que pertence à Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio). Diante desses números, a Academia de Medicina Veterinária no Estado do Rio de Janeiro faz um alerta aos proprietários de cães e gatos para que vacinem seu animais de estimação evitando a transmissão da doença. Esse cuidado vale para todo o Brasil.
Em nota, a academia informa que, entre abril e maio deste ano, 4 adolescentes e uma criança morreram em Minas Gerais vítimas da raiva. Outro caso, de um adolescente contaminado ao ser arranhado por um gato, foi registrado em Brasília. No ano passado, o Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, também do Rio de Janeiro, reportou caso positivo em um cão infectado por morcego. Em 2020, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro registrou a morte de uma pessoa por raiva transmitida por morcego.
Falsa sensação de controle
Donos de cães e gatos podem achar que a vacinação antirrábica não é mais necessária porque a raiva teria sido erradicada devido ao sucesso das campanhas anteriores. A academia ressalta que a variante 2 do vírus da raiva – aquela que tem origem em cães e gatos – não tem sido mais detectada. Mas não é o que ocorre com a variante 3, originária do morcego que se alimenta de sangue. Além de infectar herbívoros, o vírus também atinge humanos e animais domésticos. O laboratório da Pesagro identificou a presença dessa variante inclusive em áreas urbanas.
Por ser transmitida por animais, a doença tem enorme importância na saúde pública. É por meio do diagnóstico que medidas imediatas de prevenção são adotadas para que a doença não se espalhe entre os humanos. A nota destaca que os serviços de saúde devem estar atentos para a rápida identificação de uma possível contaminação de uma pessoa pelo vírus da raiva, em casos de acidentes com animais, e das medidas a serem adotadas como a vacinação ou a terapia baseada em soro.
Imagem em destaque: Pexels
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