Urologistas recomendam que o YouTube tire do ar vídeos enganosos sobre ejaculação precoce
O YouTube deve tirar do ar vídeos enganosos antes que os pacientes os assistam! A recomendação é uma das conclusões de recente pesquisa sobre tratamento da ejaculação precoce, realizada pelos doutores Murat Gui e Mehmet Akif Diri, ambos do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade Aksaray, na Turquia. Gui também pertence ao Laboratório de Biologia Reprodutiva, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.
As informações sobre como tratar a ejaculação precoce são abundantes na internet e o YouTube é um dos meios mais acessados pelos internautas que sofrem da disfunção e querem resolvê-la o quanto antes. Porém sua precisão, baseada nos conhecimentos científicos até o momento disponíveis, era desconhecida. Pelo menos até agora.
Com o emprego das expressões-chave “curar a ejaculação precoce”, “acabar com a ejaculação precoce”, “interromper a ejaculação precoce” ou “tratamento da ejaculação precoce”, os urologistas chegaram a exatos 800 vídeos. Desse total, Gui e Diri selecionaram 132. Todos os outros foram descartados ou porque eram duplicados (389), irrelevantes (49) ou não tinham áudio (51). Os que sobraram foram submetidos a determinados métodos de medição de confiabilidade aceitos na pesquisa científica. No final, 70 por cento dos 132 foram classificados como confiáveis e os outros 30% como não confiáveis.
Um detalhe da pesquisa chama a atenção: no grupo dos vídeos não confiáveis, 51% deles continham propaganda médica elaborada por empresas com fins lucrativos.
Os especialistas justificam o passo a passo escolhido por eles esclarecendo que a classe científica ainda não chegou a um consenso sobre como avaliar vídeos online relacionados à assistência médica. Também ressaltam que suas conclusões não levaram em conta como esse material é percebido e compreendido pelos pacientes. Outro ponto limitante é que foram excluídos da análise 284 vídeos que não estavam em inglês. Muito provavelmente porque Gui e Diri não dominem as línguas em que foram produzidos.
Feitas essas ressalvas, os autores de YouTube as a Source of Information About Premature Ejaculation Treatment chegaram àquela recomendação destacada no início deste texto. Mas também concluíram que os vídeos com informações confiáveis superaram os vídeos com informações não confiáveis e salientam que este é o primeiro estudo a demonstrar que o YouTube é uma fonte importante de dados sobre o tratamento da ejaculação precoce. No final, Gui e Diri consideram que seus colegas médicos e profissionais da área da saúde devem usar a plataforma disponibilizando conteúdo confiável para os pacientes internautas.
Os autores não informam se entraram em contato com o Google e transmitiram a lista dos vídeos que deveriam ser tirados do YouTube.