Tropas israelenses prendem e ferem profissionais do Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), informa hoje, via X, que a missão liderada pela OMS conseguiu entrar em contato com profissionais de saúde do Hospital Kamal Adwan, localizado no norte de Gaza, cercado por forças de Israel. O ataque israelense deixou quatro pessoas feridas (3 deles profissionais da saúde), outros 44 profissionais de saúde foram detidos e 4 ambulâncias foram danificadas. Além do pessoal que ali trabalha, cerca de 600 pacientes continuam abrigados na unidade. O dirigente indica que o cerco e os ataques aos hospital ocorreram horas depois que a missão da OMS retirou pacientes em estado crítico levando-os para o Hospital Al-Shifa e entregou suprimentos essenciais para que o Kamal Adwan continue operando. Em seu post, Tedros Adhanom apela para que hospitais, profissionais de saúde e pacientes sejam protegidos e que haja um cessar-fogo.
Em 21 de outubro, 14 pacientes e 10 cuidadores foram transferidos de Kamal Adwan, no norte de Gaza, para o Hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, durante uma missão conjunta de alto risco liderada pela OMS, em meio a intensas hostilidades e restrições de acesso. Apesar de um acordo inicial, a entrega de suprimentos médicos críticos, sangue e combustível — recursos essenciais para manter os hospitais Kamal Adwan e Al-Awda operando — foi negada poucas horas antes do início da missão, em 20 de outubro.
A missão durou dois dias, com a equipe enfrentando atrasos em sucessivos pontos de verificação e durante extensas triagens de segurança. A equipe foi forçada a passar a noite no Hospital Kamal Adwan, pois não foi liberada para prosseguir para o hospital Al-Shifa devido ao conflito ativo na área. O bombardeio pesado continuou perto do hospital durante toda a noite, causando angústia entre os pacientes, profissionais de saúde e a equipe da missão. A equipe só conseguiu prosseguir para o Hospital Al-Shifa por volta do meio-dia de 21 de outubro. A caminho de Al-Shifa, todos os pacientes foram retirados das ambulâncias para uma triagem de segurança. Alguns pacientes em macas foram deixados deitados no chão por algum tempo durante a triagem, enquanto alguns funcionários parceiros foram submetidos a tratamento humilhante.
Esta foi a quarta missão da OMS ao norte de Gaza desde 1º de outubro. Até agora neste mês, das 21 missões solicitadas pela OMS, apenas 6 foram facilitadas, a maioria sendo negada ou impedida.