Pesquisa recruta brasileiros para melhorar diagnóstico de esquizofrenia e transtorno bipolar
Conhece alguém entre 18 e 60 anos de idade que tenha sido diagnosticado com esquizofrenia ou transtorno bipolar? Pesquisadores do país estão recrutando pessoas com essas características e que morem nas capitais dos estados da Bahia, do Ceará, de Goiás, do Pará e de São Paulo para participarem de um estudo que pretende entender que influência a genética pode ter no diagnóstico desses dois tipos de transtorno mental. Para isso, precisam fazer o sequenciamento genético de pelo menos 10 mil brasileiros voluntários.
O estudo está sendo realizado porque as conclusões científicas atuais estão baseadas, fundamentalmente, em pessoas caucasianas (termo usado para definir uma divisão étnica de indivíduos de pele branca, com origem essencialmente no continente europeu), e, para serem mais próximas da realidade, precisam analisar também o que acontece no caso de pessoas de etnias negras e indígenas, por exemplo. Numa tentativa de corrigir essa distorção acadêmica, o Projeto PUMAS está investigando as bases genéticas da esquizofrenia e do transtorno bipolar em mais de 8 países, entre eles o Brasil. O objetivo é contribuir para o maior entendimento das bases genéticas dos transtornos psicóticos, bem como para a investigação de novas variantes genéticas associadas aos transtornos psicóticos em amostras brasileiras, além de possibilitar o desenvolvimento de novas ferramentas e algoritmos para o diagnóstico desses transtornos.
PUMAS é a abreviação de Populations Underrepresented in Mental illness Association Studies (em português, populações sub-representadas em estudos de associação sobre as doenças mentais). É um projeto que envolve pesquisadores dos Estados Unidos, México, Colômbia, Quênia, Nigéria, África do Sul, Etiópia, Uganda e Brasil. Financiada pelo National Institute of Mental Health (NIMH), esta é a maior pesquisa em genética psiquiátrica já realizada no Brasil e uma das maiores do mundo. O projeto é liderado no país pelo professor Ary Gadelha, da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (Univesp). Também participam dele os professores Sintia I. Belangero, do Departamento de Morfologia e Genética, e Marcos Santoro, do Departamento de Bioquímica, ambos da mesma universidade, apoiados por profissionais do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (São Paulo, capital), Hospital Professor Frota Pinto (Fortaleza), Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Salvador), Pax Clínica (Goiânia) e Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (Pará).
O voluntário tem que morar em uma dessas cidades. A participação é livre de custos. As despesas com transporte e alimentação no dia da coleta serão cobertas pela pesquisa.
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail pesquisapumasbrasil@gmail.com ou por meio de uma mensagem pelo WhatsApp para (11) 97874-3183.