OMS comemora fim da transmissão mãe-filho da AIDS e da sífilis nas Américas
Belize, Jamaica e São Vicente e Granadinas são os últimos países das Américas a receber a certificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) por eliminar a transmissão do HIV e da sífilis da mãe para o filho. O marco foi comemorado hoje num evento organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Kingston, Jamaica, com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) e participação dos ministros da saúde desses três países.
A OMS concede esta certificação aos países que reduziram a taxa de transmissão do HIV da mãe para filho para menos de 5%; prestaram cuidados pré-natais e tratamento antirretroviral a mais de 90% das mulheres grávidas; notificaram menos de 50 novos casos de sífilis congênita por 100.000 recém-nascidos e alcançaram uma taxa de casos de HIV inferior a 500 por 100.000 nascidos vivos.
As novas infecções por HIV entre crianças no Caribe diminuíram 25% entre 2010 e 2022. Nesse período, os casos notificados anualmente diminuíram de 2.000 para 1.500. Os casos notificados de sífilis congênita nas Caraíbas de língua inglesa situam-se agora em 36 casos por 100.000 recém-nascidos, abaixo da meta de até 50 casos por 100.000 recém-nascidos.
No mundo, 19 países e territórios foram agora certificados por eliminarem a transmissão do HIV e/ou da sífilis da mãe para filho, 11 deles nas Américas. Em 2015, Cuba fez história ao tornar-se o primeiro país do mundo a alcançar a dupla eliminação do HIV e da sífilis. Seguiram-se Anguilla, Antígua e Barbuda, Bermudas, Ilhas Cayman e Montserrat e São Cristóvão e Névis em 2017, e Dominica em 2020.
“Esta conquista é uma prova de anos de dedicação, trabalho árduo e colaboração entre governos, profissionais de saúde e comunidades”, disse no evento o diretor da OPAS Jarbas Barbosa. Ele também reconheceu a “notável resiliência” demonstrada pelos três países, garantindo a adaptação e a continuação dos serviços essenciais, apesar dos desafios colocados pela pandemia da COVID-19. “Espero que a celebração de hoje inspire outros países a revigorar os seus compromissos” em prol de uma geração livre do HIV e da sífilis congênita.
Em 2010, os países das Américas comprometeram-se a eliminar a transmissão vertical do HIV e da sífilis e endossaram a estratégia regional, atualizada em 2016 no âmbito do Plano de Ação da OPAS para a Prevenção e Controle do HIV e das Doenças Sexualmente Transmissíveis.
Para cumprir as metas de eliminação, os países concentraram-se no reforço dos serviços de prevenção e tratamento nos cuidados de saúde primários e na saúde materno-infantil, atualizando as diretrizes, garantindo o rastreio eficaz das mulheres grávidas, monitorando os casos e acompanhando os bebês expostos ao HIV e à sífilis.
Sobre a OPAS
A OPAS trabalha com os países das Américas para melhorar a saúde e a qualidade de vida de sua população. Fundada em 1902, é a agência internacional de saúde pública mais antiga do mundo. Funciona como Escritório Regional da OMS para as Américas e é a agência especializada em saúde do Sistema Interamericano.