O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2019. O chefe de governo etíope foi titular da pasta da ciência e tecnologia no país africano após ter trabalhado como boina-azul em Ruanda em 1995. A premiação de Abiy Ahmed Ali foi anunciada esta sexta-feira em Oslo, na Noruega. A entrega do Nobel será em dezembro. Ele receberá uma medalha, um certificado e o equivalente a US$ 900 mil.
A presidente do Comitê Nobel Norueguês, Berit Reiss-Andersen, declarou que o primeiro-ministro da Etiópia recebe o prêmio “por seus esforços para alcançar a paz e a cooperação internacional em particular a iniciativa determinada de resolver o conflito fronteiriço com a Eritreia”.
No ano passado, Abiy Ahmed Ali conseguiu alcançar um acordo com o país vizinho, pondo fim a um impasse militar de 20 anos na sequência de uma guerra entre 1998 e 2000.
Quem é Abiy Ahmed Ali
Ex-militar e político da coalizão de governo que detém o poder na Etiópia desde 1991, da qual ele agora é o líder, mesmo antes de se tornar primeiro ministro na primavera de 2018, Abiy Ahmed Ali foi descrito como uma esperança para o futuro da democracia na Etiópia. Em parte porque, com apenas 43 anos de idade, ele representa a geração mais jovem da política etíope e em parte por pertencer à etnia Oromo – uma maioria étnica que há muito tempo ficou à margem no país.
Além do tratado de paz assinado com a Eritreia – considerado por muitos observadores o mais importante progresso ocorrido no ano passado para alcançar a estabilidade no território do Chifre da África – durante seu mandato, Abiy Ahmed Ali libertou milhares de prisioneiros políticos e reconheceu os movimentos de oposição anteriormente considerados terroristas, denunciou a corrupção dentro de seu próprio governo de coalizão e começou a implementar uma série de reformas para modernizar o sistema econômico etíope.
