No Alasca, crianças estão sendo confinadas sem necessidade em hospitais psiquiátricos
Marco Antonio Rosa(*)
Crianças com deficiência em saúde comportamental residentes no Alasca (EUA) estão sendo desnecessariamente confinadas em hospitais psiquiátricos em lugar de receberem serviços comunitários em suas próprias casas ou perto de onde moram, como determina a lei norte-americana em defesa dos portadores de deficiência, a ADA. A constatação é do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América. De acordo com Kristen Clarke, procuradora-geral adjunta da Divisão de Direitos Civis, “a cada ano, centenas de crianças, incluindo um número significativo de crianças nascidas no Alasca, são isoladas desnecessariamente em ambientes institucionais localizados muitas vezes bem longe de onde moram. A maioria dessas crianças poderia permanecer em casas de família se fossem fornecidos os serviços comunitários apropriados”, afirmou ela no último dia 15. Segundo se apurou, as crianças segregadas chegam a ficar mais de 6 meses em locais distantes milhares de quilômetros de suas famílias, em estados como Texas e Missouri, por exemplo.
A investigação descobriu que o sistema de atendimento do Alasca depende fortemente de instituições e que os principais serviços e apoios comunitários necessários ao atendimento a crianças com deficiências de saúde comportamental (como tratamento familiar domiciliar, serviços de crise e serviços domésticos de tratamento terapêutico) muitas vezes não estão disponíveis. Como resultado, muitas crianças são forçadas a suportar internações desnecessárias e indevidamente longas em hospitais psiquiátricos e instalações de tratamento residencial psiquiátrico localizadas no Alasca e em outros estados do país.
Escritor e jornalista formado pela Universidade de São Paulo, com passagem pelo Diário Comércio e Indústria, pela Revista dos Tribunais, pela Editora Abril e diversos outros órgãos de imprensa, com especialização em extensão rural e jornalismo científico.