Inep divulga relatório que compara a educação brasileira à de outros países
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) lançou nesta terça-feira, 10 de setembro, o relatório do Education at a Glance (EaG) 2024. O estudo internacional, coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), traz uma série de indicadores que permitem a comparabilidade dos sistemas educacionais dos 49 países participantes.
Os números foram apresentados pelo coordenador-geral de Controle de Qualidade e Tratamento da Informação da Diretoria de Estatísticas Educacionais do Inep, Fábio Pereira Bravin, pela coordenadora de Estatística Internacional Comparada, Christyne Carvalho da Silva, e pela gerente de Indicadores de Financiamento da Educação da Ines/OCDE, Viktória Kis.
Nesta edição, o EaG destaca a equidade na educação, conceito que se tornou fundamental no setor educacional. De acordo com o estudo, a equidade envolve dimensões, como igualdade, diferenças, justiça, qualidade, promoção de oportunidades, desempenho, recursos, gênero, cor/raça, nacionalidade e outros fatores. Esses diferentes aspectos ajudam a estabelecer bases sólidas para a cidadania e a participação democrática.
Acesso à educação – O estudo abordou as desigualdades sociais dos jovens que não trabalham nem estudam, conhecidos como “nem-nem”. Este indicador reflete a situação desses jovens, que estão fora do mercado de trabalho e das oportunidades educacionais.
Entre 2016 e 2023, o Brasil conseguiu reduzir essa parcela de jovens em 5,4%. Trata-se de uma redução significativa, superada apenas por Itália (9,3%), Croácia (8,5%), México (6,9%), Polônia (6,5%) e Espanha (5,5%). A média dos países membros da OCDE foi de apenas 2%.
Já na educação infantil, em 2022, no Brasil, 90% das crianças foram atendidas um ano antes da entrada obrigatória no ensino fundamental, um índice abaixo da média da OCDE, que foi de 96%. No entanto, essa taxa ainda foi superior à de países como Estados Unidos (87%), Bulgária (86%), Romênia (81%).
Investimento – Os gastos do Brasil com educação infantil, em relação ao PIB, de 2015 a 2021, cresceram cerca de 29%, superando significativamente o aumento médio dos países membros da OCDE, que foi de 9%.
Em contraponto, entre 2015 e 2021, houve uma redução dos gastos públicos com instituições educacionais, desde o ensino fundamental até o superior, em diversos países.
No caso instituições brasileiras, isso se deu em razão da diminuição dos gastos públicos a partir do ano de 2018 perdurando até o ano de 2021.
Docentes – No Brasil, a taxa de alunos por professor no ensino fundamental da rede pública foi de 21, igual à média dos países membros da OCDE, em 2022. No entanto, na rede privada, a diferença foi mais acentuada: o Brasil teve uma taxa de 16 alunos por professor, enquanto a média dos países da OCDE foi de 20.