Indústria nacional de instrumentos musicais pede incentivos para continuar
Participantes de audiência pública da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados pediram na quinta-feira, 31, incentivos para a profissão do Luthier, profissional da luteria, que constrói de forma artesanal instrumentos musicais A criação de novas fábricas e a formação de mão de obra foram algumas das sugestões apresentadas. Atualmente, segundo a Associação Nacional da Indústria da Música, há 863 profissionais que fabricam e vendem seus instrumentos feitos à mão, como acordeões, violinos, violões, violas, contrabaixos, cavaquinhos, e instrumentos de percussão e outros usados em musicoterapia. Menos de 100 estudam para aprender o ofício em 20 escolas localizadas no Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul e Nordeste.
O presidente da fábrica de instrumentos musicais Giannini, Roberto Giannini, reclama da concorrência com a China e da carga tributária dos instrumentos no Brasil, que pode representar 40% do preço do produto. Atualmente, duas fábricas de instrumentos resistem no País. Há 15 anos, eram 10 empresas. Segundo Giannini, a primeira consequência é o desemprego no setor.
“Nos últimos 15 anos, a redução de mão-de-obra foi de 70% na indústria da música e isso foi repassado pra China, que hoje detém o monopólio do ramo da música”, lamentou. Ele fez um apelo pelo reaquecimento do setor. “Dar incentivo às fábricas para que a gente possa empregar”, disse.
Para o presidente da Associação Nacional da Indústria da Música (Anafima), Daniel Neves, a atividade contribuiu para a popularização da música e para o desenvolvimento de outros setores da economia, como o turismo e a radiodifusão. “Eu costumo dizer que, se você tirar a música das cidades turísticas, provavelmente a economia vai cair significativamente”.
Em 8 de outubro de 1900, o luthier Tranquillo Giannini chegou às terras brasileiras para fundar a fábrica que leva seu nome.
Da Agência Câmara Notícias