Imperdível! A grande Alaíde Costa numa única apresentação no palco do Teatro Paulo Autran
Alaíde Costa sobe ao palco do Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, no dia 8 de julho, sexta-feira, às 21h, para o show de lançamento de “O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim”. O aclamado álbum foi idealizado pelo trio de produtores Emicida, Pupillo e Marcus Preto e é o primeiro trabalho da cantora e compositora carioca de 86 anos cujo repertório inédito foi criado especificamente para sua voz e inspirado em sua biografia. Desde o lançamento, em maio passado, o álbum vem colecionando notas máximas da crítica especializada.
O respectivo show traz a íntegra do repertório de “O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim”. São canções escritas por compositores de diversas gerações e escolas, como João Bosco, Joyce Moreno, Ivan Lins, Céu, Guilherme Arantes, Emicida, Erasmo Carlos e Tim Bernardes, entre outros. Ao novo repertório, o roteiro do espetáculo une clássicos gravados por Alaíde Costa em seus mais de 60 anos de carreira. Peças atemporais como “Onde Está Você” (Oscar Castro Neves/ Luvercy Fiorini), “Absinto” (Fátima Guedes), “Quem Sou Eu” (Johnny Alf) e “Me Deixa em Paz” (Monsueto/ Airton Amorim), canção que Alaíde dividiu com Milton Nascimento no antológico “Clube da Esquina” (1972), eleito recentemente o álbum mais importante da história da música popular brasileira.
“Ao fazer ‘O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim’, nossa ideia inicial era sublinhar a grandeza de Alaíde Costa não apenas como intérprete ligada à Bossa Nova, movimento que surgiu para o Brasil ao mesmo tempo em que a própria artista no final da década de 1950. Mas, sobretudo, como a voz que transitou pelos mais nobres ambientes da nossa música popular”, diz Marcus Preto, diretor do espetáculo. “No show, vamos evidenciar ainda mais esse trânsito, mostrando ao público as canções que se tornaram clássicos a partir da interpretação de Alaíde. E ela vai de Milton Nascimento a Heitor Villa-Lobos, deixando sempre sua marca tão pessoal e indelével.”
Em cena, Alaíde Costa é acompanhada por um trio de base e um quarteto de metais, que vão trazer ao show o mesmo clima sofisticado do álbum de estúdio. A banda base tem Fábio Sá (baixo acústico), Conrado Góes (violão) e Vitor Cabral (bateria). O quarteto de metais é formado pelo Maestro Tiquinho (trombone), Marcelo Pereira (saxofone), Dô Carvalho (saxofone) e Cláudio Camé (trompete).
O álbum, segundo Marcus Preto, seu produtor musical
Em alguma medida, o álbum vale como uma espécie de biografia musical da artista carioca e de seus 86 anos de caminhada – quase todos eles dedicados à música. “O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim” é produzido por Emicida, Pupillo e Marcus Preto, que também assina este texto de apresentação, e tem direção musical de Pupillo.
Das oito canções gravadas, sete foram escritas especialmente para este projeto, unindo compositores de diversas gerações. Joyce Moreno e Ivan Lins abrem parcerias com Emicida, uma máquina de fazer letras tão poéticas quanto contundentes. O veterano Erasmo Carlos compõe sua primeira canção a quatro mãos com o jovem Tim Bernardes, outro gigante gentil, 50 anos mais novo. Juntos, os irmãos Céu e Diogo Poças escrevem aquela que se tornaria a faixa de abertura do álbum. Canções inteiras, e muito alaideanas, chegam de Fátima Guedes e Guilherme Arantes. E João Bosco vem com a única não inédita do álbum, com letra do filho Francisco Bosco. A essas sete, junta-se Tristonho, melodia de Alaíde Costa letrada por Nando Reis que já foi lançada como single em abril.
Nossa ideia inicial era fazer um álbum que sublinhasse a grandeza de Alaíde Costa não apenas como intérprete ligada à Bossa Nova, movimento que surgiu para o Brasil ao mesmo tempo em que a própria artista no final da década de 1950. Mas, sobretudo, como a voz que transitou, quase sempre à margem do grande público, pelos mais nobres ambientes da nossa música popular.
Alaíde é a única mulher na ficha técnica do clássico “Clube da Esquina” (1972), de Milton Nascimento e Lô Borges. Compositora sofisticada, escreveu canções com Vinicius de Moraes e Geraldo Vandré, entre outros grandes. Interpretou como ninguém as obras de Hermínio Bello de Carvalho e Johnny Alf. Atravessou os anos 1980 lançando álbuns independentes, já que gravadoras queriam dela o que ela não queria dar – e fazer concessão nunca foi uma possibilidade para Alaíde. Por isso, pagou o preço de ver a repercussão de seus trabalhos minimizada. Mas, em contrapartida, pôde criar uma obra à sua imagem e semelhança, mesmo que limitada aos padrões modestos de artista independente – isso nos tempos em que o conceito de indie ainda nem existia.
O impulso inicial de “O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim” se deu ainda no primeiro ano da pandemia, quando o produtor Thiago Marque Luiz divulgou a live que ela faria sobre a obra de Johnny Alf (1929 – 2010) nas plataformas do Museu Afro-Brasil. Animado, printei a peça de divulgação da live e enviei por whatsapp para vários amigos. Muitos responderam com grande entusiasmo (como a cantora Céu, por exemplo). Mas nada se comparou ao calor do áudio-resposta de Emicida: “Porra, mano, essa live é meu presente de aniversário! Mentira: Alaíde Costa cantando Johnny Alf! Cê tá maluco, mano! Que lindo, que lindo, que lindo, que lindo! Apenas obrigado. Já é meu presente de aniversário”.
Serviço
Alaíde Costa
Dia 8 de julho de 2022. Sexta, às 21h
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia), R$ 12 (credencial plena)
Local: Teatro Paulo Autran (Sesc Pinheiros)
Duração: 90 minutos
Classificação: 10 anos
Imagem em destaque: Alaíde Costa. Foto de Ênio César.