
Foto Crédito: The Now Time/Unsplash
Em editorial, o jornal francês Le Monde informa que desde ontem, 20 de janeiro, não está mais na rede social X (ex-Twitter). A influente publicação também incentivou seus jornalistas a abandonarem o canal de comunicação. “Nós, associações e sindicatos que atuamos com e para as pessoas afetadas pela precariedade, pelas desigualdades e pelos ataques aos direitos humanos, que fazemos campanha por uma transição ecológica e inclusiva, pelas liberdades públicas e pela liberdade de imprensa, tomamos a decisão de sair coletivamente da rede social X (antigo Twitter) em 20 de janeiro”, começa o comunicado.
“Esta decisão não é fruto do acaso. Já apontadas em diversas ocasiões desde a sua criação em 2006, as críticas ao X são cada vez mais numerosas e fortes, especialmente desde a sua aquisição pelo bilionário americano Elon Musk. A falta de moderação e a configuração de algoritmos incentivam a proliferação de conteúdos de ódio e a circulação de teorias conspiratórias e céticas em relação ao clima.”
“Além disso, X tem sido palco de campanhas de assédio cibernético orquestradas pela extrema direita em muitos países, incluindo os Estados Unidos e a França. Mais recentemente, Elon Musk utilizou a sua rede social para beneficiar a campanha do candidato Trump, com o resultado que conhecemos, e as consequências que tememos, muito provavelmente catastróficas para a vida de dezenas de milhões de pessoas. Sem falar neste novo dique destruído na preservação dos valores do humanismo e do respeito ao próximo”, pontua Jérôme Fenoglio, diretor do periódico.
“A partir de agora, o compartilhamento de conteúdos será interrompido “enquanto [a rede X] funcionar dessa forma”, escreveu. Em seguida, o diretor sugere que os jornalistas que trabalham no Le Monde façam o mesmo.
Fenoglio ressalta que a publicação redobrará a vigilância em relação a outras redes, como o TikTok, Facebook, Instagram e WhasApp, “depois das preocupantes declarações de Mark Zuckerberg”.