MapBiomas lança plataforma que ajuda a fiscalizar a fiscalização do desmatamento no Brasil

MapBiomas lança plataforma que ajuda a fiscalizar a fiscalização do desmatamento no Brasil
Apreensão de madeira ilegal na amazônia. Divulgação Forças Armadas

Hoje, 3 de maio, o MapBiomas lança uma nova plataforma destinada a reunir os dados sobre as ações de fiscalização do desmatamento no Brasil, incluindo autorizações, autuações e embargos. O Monitor da Fiscalização do Desmatamento será apresentado ao público por Ana Paula Valdiones, do Instituto Centro da Vida (ICV). Após a apresentação, o evento abre a participação do público, que pode fazer perguntas e acompanhar as discussões e comentários, a cargo de representantes da Transparência Internacional, Abrampa – MPMG, Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e Sema/MT. O lançamento acontece a partir das 16 horas (horário de Brasília) e pode ser visto pelo canal do MapBiomas no Youtube ou na página da instituição no Facebook.

O MapBiomas é uma rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, que revela as transformações do território brasileiro, por meio da ciência, tornando acessível o conhecimento sobre o uso da terra, a fim de buscar a conservação e combater as mudanças climáticas. Produz mapeamento anual da cobertura e uso da terra desde 1985, valida e elabora relatórios para cada evento de desmatamento detectado no Brasil desde janeiro de 2019 e monitora a superfície de água e cicatrizes de fogo mensalmente desde 1985.

A contribuição indígena

Os Territórios Indígenas estão entre as principais barreiras contra o avanço do desmatamento no Brasil. Nos últimos 30 anos, as terras indígenas perderam apenas 1% de sua área de vegetação nativa, enquanto que nas áreas privadas a perda foi de 20,6%.

Dados do MapBiomas mostram que a devastação entre 1990 e 2020 foi de 69 milhões de hectares, sendo que somente 1,1 milhão ocorreu nas terras indígenas. Outros 47,2 milhões de hectares foram desmatados em áreas privadas.

“Os dados de satélite não deixam dúvidas que são os indígenas que estão retardando a destruição da floresta amazônica. Sem seus territórios, a floresta certamente estaria muito mais perto de seu ponto de inflexão a partir do qual ela deixa de prestar os serviços ambientais dos quais nossa agricultura, nossas indústrias e cidades dependem”, explica Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas.

As terras indígenas ocupam 13,9% do território brasileiro e contêm 109,7 milhões de hectares de vegetação nativa, que correspondem a 19,5% da vegetação nativa no Brasil em 2020.

Imagem em destaque: Apreensão de madeira ilegal na Amazônia em 25 de dezembro de 2020. Divulgação Forças Armadas

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