Descobertas da Astronomia em 2020 abrem novos horizontes para a humanidade

Descobertas da Astronomia em 2020 abrem novos horizontes para a humanidade
View of Moon limb with Earth on the horizon,Mare Smythii Region. Earth rise. This image was taken before separation of the LM and the Command Module during Apollo 11 Mission. Original film magazine was labeled V. Film Type: S0-368 Color taken with a 250mm lens. Approximate photo scale 1:1,300,000. Principal Point Latitude was 3 North by Longitude 85 East. Foward overlap is 90%. Sun angle is High. Approximate Tilt minimum is 65 degrees,maximum is 69. Tilt direction is West (W).

2020 foi um ano marcado por eventos como eclipse solar, lunar, conjunção rara de Júpiter e Saturno e chuvas de meteoros. Tem mais! Ano de Nobel de Física para pesquisa sobre Buraco Negro, descoberta da fosfina em Vênus, de lançamento da Space X, que formalizou parceria da iniciativa privada com o governo americano, e missões rumo a Marte.

Mas, o que nossos cientistas têm a dizer sobre os achados astronômicos do ano que está terminando? Conheça a seguir o que alguns deles destacam.

Duilia de Mello, astrônoma, pesquisadora em projetos da Nasa e vice-reitora da Universidade Católica da América

“Uma das descobertas que mais me chamaram a atenção foi a de água na superfície da Lua, feita pelo telescópio Sofia (da Nasa). Pela primeira vez, foi confirmada a presença de água confinada no solo lunar. Não foi que encontraram um lago, mas a molécula misturada no solo. Isso é importante por que a Nasa está programando enviar a Missão Artemis (a caminho do nosso satélite natural) com a primeira mulher à Lua, em 2024. Importante saber se há possibilidade de converter essas moléculas em água líquida para ser usada já na missão. O ano de 2020 vai ficar marcado pelo prêmio Nobel para os cientistas que comprovaram que existe um buraco negro no centro da nossa galáxia, destacando Andrea Ghez, que é a primeira dos nossos tempos a ganhar um prêmio Nobel. Ela é quarta mulher a ganhar um prêmio Nobel de Física de todos os tempos.”

Ricardo Ogando, astrofísico do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações

”Eu acho que descoberta de maior impacto na astronomia em 2020 foi a detecção de fosfina em Vênus. A fosfina é uma molécula que na Terra é produzida artificialmente, mas ela aparece em pântanos onde tem vida microbiana que não depende de oxigênio como fonte de energia. A hipótese mais interessante – somente uma hipótese – é que alguma forma de vida habitaria as nuvens nas partes mais altas, com temperaturas de 30 graus, que são mais aprazíveis do que os 470 graus na superfície do planeta. Essa é uma ideia que foi sugerida na década de 60 por Carl Sagan, famoso astrônomo do programa Cosmos. O mais interessante é que Vênus não estava no topo da lista de candidatos a ter vida no sistema solar, escoberta que foi bastante contestada pela comunidade astronômica internacional. O fato é que se mostrou que precisamos estudar com muito mais detalhes nossos vizinhos para entender melhor os caminhos que a vida pode percorrer no Universo.”

Hélio Jaques Rocha-Pinto, astrônomo, Diretor do Observatório do Valongo, na Universidade Federal do Rio de Janeiro

“A descoberta que mais me pareceu interessante em 2020 foi aquela feita por Ricardo Schiavon e Daniel Horta, que trabalham em Liverpool e que utilizaram dados do levantamento espectroscópico APOGEE para identificar a natureza das estrelas no centro da nossa galáxia. Eles identificaram que naquela região existe um grupo fóssil de estrelas que corresponde a uma galáxia que foi acretada pela Via Láctea há mais de 10 bilhões de anos. E que eles deram o nome de Herácles, em relação à mitologia de Hércules, Herácles que se alimenta do ”leite” da Via Láctea”

Leonardo Andrade, professor do departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

“Apesar da pandemia foi muito produtivo. Queria destacar um artigo da equipe que lidero da UFRN publicado na Monthly Notices of Royal Astronomical Society que apresenta fortes evidências de um planeta parecido com nosso Júpiter, mas ao redor de duas estrelas, sendo uma delas já morta. Neste trabalho conseguimos mostrar que o possível planeta é a melhor solução física para explicar a variação do período orbital destas duas estrelas. E ele se encontra em uma órbita estável. De acordo com a evolução das estrelas em sistemas binários, a formação dos planetas pode ocorrer quando estão as estrelas estão se formando (1ª geração) ou até após a morte de uma delas – que forma planetas a partir do gás ejetado ao morrer (2ª geração). Esse resultado abre importante janela da investigação dos exoplanetas. A possibilidade de um sistema de estrelas abrigar gerações diferentes de planetas sai dos livros de ficção científica para a realidade.”

Fonte: Agência Brasil. Foto: NASA

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