Cientistas avançam na identificação da causa da doença de Parkinson e de como tratá-la
Cientistas estão avançando no conhecimento das causas que levam à doença de Parkinson e também em tratamentos mais certeiros. Dois artigos publicados na Nature Neuroscience tratam do assunto. No primeiro artigo, Evan Macosko e colegas isolaram um subtipo específico de neurônios liberadores de dopamina que não é encontrado no cérebro de pessoas que contraíram a enfermidade. A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa caracterizada por movimentos lentos, tremores, rigidez e equilíbrio e coordenação prejudicados. A doença é causada pela degeneração de neurônios localizados em uma parte do mesencéfalo conhecida como substância negra pars compacta (SNpc) que libera o neurotransmissor dopamina. Não se conhece por que determinados neurônios degeneram seletivamente e, atualmente, não há tratamento que retarde esse processo.
Os pesquisadores do Broad Institute of Massachusets Institute of Tecnology – MIT – and Harvard, Massachusets, Califórnia, EUA, isolaram 22.048 neurônios de dopamina de amostras de cérebro humano e mediram a expressão gênica desses neurônios. Isso fez com que chegassem a 10 subtipos distintos de neurônios de dopamina. Ao comparar os resultados de indivíduos com doença de Parkinson com os de indivíduos não afetados, os pesquisadores descobriram que um subtipo – localizado na camada ventral do SNpc e identificável pela expressão do gene AGTR1 – estava frequentemente ausente nos cérebros de indivíduos com doença de Parkinson, sugerindo que esses neurônios são mais vulneráveis ??à doença. Esse subconjunto também apresentou a maior expressão de genes que conferem risco para o desenvolvimento da doença de Parkinson, fornecendo uma possível explicação para sua vulnerabilidade. A descoberta também é citada, na mesma publicação mas em outro artigo, por Ernest Arenas, pesquisador do Karolinska Institutet (Instituto Karolinska), Estocolmo, Suécia.
Os resultados sugerem que a doença de Parkinson pode ser causada pela perda de um subconjunto particular de neurônios dopaminérgicos em vez de afetar igualmente toda a população de neurônios. Os autores concluem que, à medida que se aprende mais sobre esse subtipo de neurônios, pode ser possível desenvolver tratamentos para a doença de Parkinson que os atinjam especificamente.
Imagem em destaque: Robina Weermeijer/Unsplash
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