Brasil, 1810. Choque entre culturas provoca a ira de índios Kaingang
Uma das coisas que mais atraía os indígenas da região [Centro-Oeste do Paraná] eram os instrumentos de ferro, que revolucionavam a vida daquele povo que tinha apenas lascas de quartzo como facas e pedras polidas no lugar de machados.
Com essa inusitada movimentação em território indígena, não tardou aparecer um grupo de 30 Kaingang para ver esses forasteiros e negociar instrumentos de ferro. Desejavam um encontro amistoso, pois tinham interesse nessas permutas e em comida. Ao se aproximarem, deixaram as armas, recebendo, em contrapartida, roupas e alimentos. Isso fez com que se dispusessem a voltar algum tempo depois, o que de fato aconteceu. Retornaram com suas mulheres e filhas, numa forma de partilhar o que tinham de mais precioso. Essa era a cortesia existente entre muitos povos indígenas: oferecer as filhas aos visitantes.
Para surpresa das lideranças, apenas um soldado aceitou essa amável oferta, pois a maioria seguiu as ordens do capelão, que esbravejava, dizendo que aquilo era contra as normas da Igreja e de Deus. Irritados, sem entender tal recusa, os Kaingang voltaram no dia seguinte, desfechando um violento ataque, surpreendendo os moradores de Atalaia.
(Extraído do livro História da Resistência Indígena. 500 anos de luta, de Benedito Prezia, editado pela Expressão Popular.)
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