Alvo de ataques cibernéticos, escolas precisam cuidar da segurança de pais e alunos
Que os cibercriminosos não têm limites e nem escrúpulos, isso não é novidade para ninguém. Se, mesmo durante a pandemia da Covid-19, a saúde foi alvo de ataques terroristas virtuais, como o acontecido ao Conecte SUS, em janeiro de 2022, que afetou milhares de pessoas, outro alvo inimaginável tem sofrido com ataques cibernéticos: a educação. Com o aumento da EAD (Educação à Distância), os sistemas educacionais têm chamado a atenção de hackers, que buscam brechas nos sistemas antivírus para causar o caos.
Normalmente, um dos principais objetivos dos terroristas é raptar dados, através de ransomwares, que são vírus que “sequestram” dados de servidores para, depois, pedirem um “resgate” por eles, geralmente caríssimos. Outro alvo é buscar entrar nos sistemas para realizar fraudes econômicas através de boletos falsos ou pedidos de colaborações para projetos inexistentes.
Apenas nos últimos meses, vários grupos educacionais estiveram na mira de cibercriminosos no Brasil. Em dezembro passado, hackers atacaram o site da Escola Virtual, plataforma ligada à Escola Nacional de Administração Pública (Enap), que aplica cursos on-line, deixando uma mensagem clara, atribuída ao Lapsus Group: “Nós voltamos, porém, com mais notícias (e com mais poderio). Vamos explicar algumas coisas: o nosso único objetivo é obter dinheiro”.
Já em 2022, o Grupo Marista, uma das mais tradicionais organizações de ensino do Paraná, também foi alvo de terroristas, que chegaram a derrubar o sistema e a causar o caos entre os pais dos alunos, que não sabiam se os documentos que recebiam vinham da escola ou eram boletos falsos enviados pelos terroristas. A PUC Paraná, também ligada ao Marista, foi afetada. Relatos de alunos e usuários afirmaram problemas para acessar os sistemas administrativos, como o AVA, o ambiente virtual de aprendizagem.
De acordo com Sandro Süffert, expert em cibersegurança, “o ambiente de ensino, especialmente com o advento da Educação a Distância (EAD), se tornou atrativo para criminosos, já que muitas vezes a segurança nesses sistemas não é reforçada e o acesso é feito por milhares de pessoas, o que abre uma brecha de vulnerabilidade para os cibercriminosos”.
Süffert explica que, antes de reforçar os sistemas de antivírus, o que sempre parece ser a medida mais fácil, as instituições de ensino deveriam entender como os ataques acontecem e quais são as brechas mais comuns que atraem os hackers. Isso é possível, por exemplo, criando-se sistemas cada vez mais inteligentes que possam apurar, com a ajuda de robôs, enormes quantidades de dados e rastrear possíveis ameaças antes que os ataques aconteçam, gerando condições para que as empresas ponham em prática metodologias e ações que previnam as invasões.
Aos pais de alunos e demais pessoas que se utilizam das plataformas de ensino à distância resta tomar cuidado redobrado e entrar em contato com as instituições sempre que algo anormal disparar aquele “sinal de alerta” em nosso sistema perceptivo de proteção.
Imagem em destaque: Pixabay
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