Alta cúpula da OMS discute ações urgentes contra a resistência dos micróbios aos medicamentos
No próximo dia 26 de setembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) realiza uma reunião de alto nível para debater passos futuros a respeito da resistência antimicrobiana (RAM), situação de saúde pública que vem preocupando cada vez mais as autoridades sanitárias em todo o mundo. De acordo com o órgão, a RAM causará ainda mais sofrimento, particularmente em países de baixa e média rendas, caso não sejam tomadas medidas decisivas. Reunião anterior com o mesmo objetivo só aconteceu em 2016.
“A resistência antimicrobiana ameaça um século de progresso médico e pode nos levar de volta à era pré-antibiótica, onde infecções que são tratáveis hoje podem se tornar uma sentença de morte”, alerta o dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Esta é uma ameaça para todos os países em todos os níveis de renda, razão pela qual uma resposta global forte, acelerada e bem coordenada é necessária urgentemente”, acrescenta.
Antimicrobianos – incluindo antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários – são medicamentos usados para prevenir e tratar doenças infecciosas em humanos, animais e plantas.
A Resistência Antimicrobiana (RAM) ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas não respondem mais aos medicamentos antimicrobianos. Como resultado da resistência aos medicamentos, os antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos se tornam ineficazes e as infecções se tornam difíceis ou impossíveis de tratar, aumentando o risco de disseminação de doenças, doenças graves, incapacidade e morte.
Estudo publicado na revista científica The Lancet em 2022 estima que a RAM bacteriana foi diretamente responsável por 1,27 milhão de mortes no mundo em 2019 e contribuiu para outras 4,95 milhões de mortes.
Além da morte e da incapacidade, a RAM tem custos económicos significativos. O Banco Mundial estima que a RAM poderá resultar em custos adicionais de cuidados de saúde de 1 bilhão de dólares americanos até 2050, e perdas que vão de 1 bilhão a 3,4 bilhões de dólares americanos no produto interno bruto (PIB) por ano até 2030.
De acordo com a OMS, as pesquisas atualmente conduzidas estão seguindo um desenvolvimento inadequado diante dos níveis crescentes de resistência e da urgente necessidade de ações adicionais para garantir acesso igualitário a vacinas, diagnósticos e aos medicamentos já existentes.