Nações Unidas levanta situação de portadores de albinismo no Brasil
A relatora independente(*) das Nações Unidas para os direitos humanos das pessoas com albinismo está no Brasil em missão oficial até 9 de novembro. Em comunicado, Ikponwosa Ero veio com a missão de reunir fatos sobre experiências de pessoas com albinismo e seus familiares, especialmente com relação a estigmas e discriminação. A representante da ONU quer apurar barreiras no direito ao acesso à educação e à saúde, além de defender a inclusão das pessoas com albinismo na sociedade.
Durante sua permanência, Ero visita Brasília, Maceió, Salvador e São Paulo, cidades onde vai se encontrar com pessoas portadoras de albinismo, incluindo mulheres, idosos e jovens, além de autoridades brasileiras, membros da sociedade civil, acadêmicos e outros interlocutores.
A especialista deve apresentar ao Conselho de Direitos Humanos da organização um relatório completo sobre o tema em março de 2021.
Risco de câncer
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, uma em cada 20 mil pessoas no mundo, tem algum tipo de albinismo.
Uma das reivindicações de quem vive com albinismo, no Brasil, é a falta de estatística, uma vez que a condição genética não é registrada em censos da população.
Quem tem albinismo vive com a incapacidade de produzir melanina por falta total ou parcial de uma enzima conhecida como tirosinase.
Para uma pessoa nessas condições, a exposição ao sol é algo ainda mais perigoso. Muitos vivem sob risco constante de câncer de pele e de envelhecimento acelerado.
(*) Os relatores de direitos humanos têm mandato independente das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho. Eles são parte dos Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos.