Assassinato de Mãe Bernadete. Entidades cobram urgente ação do governo

Assassinato de Mãe Bernadete. Entidades cobram urgente ação do governo
Casa em Quilombo dos Palmares da Mãe Bernadete, liderança quilombola assassinada na Bahia. Foto Janaína Neri.

Após a notícia do brutal assassinato, na noite de quinta-feira (17), da líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Yalorixá Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, em Simões Filho (BA), a Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público Federal (MPF) enviaram, na tarde desta sexta-feira (18), ofício ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e ao governador do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, reiterando pedidos de providências urgentes que assegurem efetiva proteção aos territórios tradicionais, seus povos e suas lideranças.

No documento, as instituições destacam a realização de uma série de reuniões e audiências públicas, além de recomendações a órgãos estaduais e federais e procedimentos administrativos, feitos ao longo dos anos, referentes às políticas públicas em prol das comunidades tradicionais na Bahia. Nesses encontros e medidas, as ameaças, a falta de consulta prévia às comunidades sobre instalação de obras e projetos em áreas quilombolas e a demora nos processos de regularização e titulação dos territórios tradicionais sempre foram os problemas mais relatados por essa população.

Para combater essas violações, a DPU e MPF pedem, mais uma vez, urgência na formação de força de segurança especializada e capacitada, apta a monitorar as regiões de conflito, evitando a perda de vidas humanas e investigando fatos e autores para fins de prevenção e responsabilização.

Nesse sentido, recomendam a criação da Unidade de Investigação Especializada para tratar de casos relacionados a Povos e Comunidades Tradicionais e/ou aprimorada a estrutura, com mais recursos humanos e materiais, do Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos (Gemacau/BA).

Mãe Bernadete. Divulgação Redes Sociais

As instituições solicitam também que não se conceda nenhuma licença ou autorização para projetos, obras, atividades e empreendimentos que impactem ou tenham potencial para impactar territórios tradicionais na Bahia sem que, antes, seja realizada a devida consulta prévia, livre e informada às comunidades respectivas, independentemente da fase do processo de certificação ou titulação, e que seja determinada a realização de consulta em relação aos projetos que já foram autorizados.

“Logo, se por um lado a regularização dos territórios tradicionais não avança; por outro, as atividades econômicas seguem em ritmo acelerado em todas as regiões baianas, com a anuência estatal, impactando as comunidades tradicionais e colocando suas lideranças em risco constante. Nesse cenário, a perda inestimável de Dona Bernadete Pacífico (como foi a de seu filho Binho do Quilombo) é mais um triste, lamentável e evitável episódio, fruto também, remarque-se, da omissão estatal histórica e contínua em não adotar medidas de proteção aos territórios tradicionais. Ao contrário, o Poder Público aprova e fomenta atividades econômicas que os impactam e que culminam tirando a vida das pessoas, aos poucos, dia após dia, ou instantaneamente”, diz um trecho do documento.

Um plano de atuação, com cronograma definindo prazos e metas, para os próximos quatro anos, com detalhamento de ações a cada bimestre, de forma a atender às demandas prioritárias definidas por todas as comunidades tradicionais da Bahia, assim como a definição de ações articuladas entre governo federal e governo estadual, para delimitação e titulação de territórios também são solicitados, entre outras medidas.

Leia o ofício enviado aqui.

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