EUA e OIT firmam acordo para combater trabalho análogo à escravidão na pecuária do Brasil
O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) firmaram uma cooperação para combater formas análogas à escravidão em atividades da pecuária no Brasil e no Paraguai. O anúncio foi feito hoje, 31 de março, pela Organização das Nações Unidas. A iniciativa tem o apoio de organizações da sociedade civil em ambos os países e busca enfrentar casos de violação trabalhista incluindo exploração do trabalho infantil e do trabalho escravo.
Normais internacionais
O projeto abrange o estado do Mato Grosso do Sul, no Brasil, e o Departamento de Boquerón, na região do Chaco paraguaio. O diretor da OIT no Brasil, Vinícius Pinheiro, e o subsecretário Adjunto de Assuntos Internacionais do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, Mark Mittelhauser, firmaram o acordo para apoiar a implementação das normas internacionais de trabalho.
O Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, mantido no Brasil pelo Ministério Público do Trabalho e pela OIT, revela que 29,2% dos resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão, entre 1995 e 2022, aconteceram no setor da pecuária bovina. A porcentagem corresponde a 16.847 pessoas resgatadas. A OIT afirma que o lançamento do projeto ocorre num momento de maior risco de exposição a formas inaceitáveis do trabalho e de expansão da produção.
De acordo com dados atuais do Observatório, os cinco municípios brasileiros onde mais pessoas foram resgatadas são: Confresa (MT), 1.393; Ulianópolis (PA), 1.304; São Félix do Xingu (PA), 1.153; Brasilândia (MS), 1.011; e Campos dos Goytacazes (RJ), 982.