Teatro Sérgio Cardoso recebe peças teatrais do 30º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade
Sob o tema “Toda forma de existir”, o 30º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, maior evento cultural dedicado à cultura queer da América Latina, traz seis espetáculos inéditos ao Teatro Sérgio Cardoso, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte. Os espetáculos foram selecionados a partir do edital Dramática, que valoriza a cena teatral LGBTQIAP+ nacional. As estreias acontecem de 10 a 15 de novembro sempre às 19h. Toda a programação é gratuita.
“Receber no Teatro Sérgio Cardoso peças de teatro do 30º Festival Mix Brasil traduz parte da nossa proposta curatorial, que é trazer ao público um panorama da diversidade e da riqueza cultural brasileira”, diz Danielle Nigromonte, diretora-geral da Amigos da Arte.
O festival completo acontece de 9 a 20 de novembro, e apresenta um total de 119 filmes de 35 países e de 12 estados brasileiros, além de experiências XR, seis espetáculos teatrais inéditos, shows musicais, literatura, performances, palestras e workshops sobre temas relevantes para comunidade LGBTQIA+. Além do Teatro Sérgio Cardoso, o Festival estará presente no CineSesc, Espaço Itaú Augusta, Centro Cultural São Paulo, salas do Circuito Spcine, MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo) e Centro Cultural da Diversidade.
Programação no Teatro Sérgio Cardoso
Útero de Eva
Dia 10/11, quinta-feira, às 19h
No ultrassom da mãe (Joana Medeiros), o médico e a mãe pensam que Evaristo é um menino. Evaristo revela ser Eva (Sophi Saphirah). No ultrassom de Eva, o médico (Gaê Ferraroni) mostra que ela tem um útero numa condição rara. Eva quer engravidar. Enfrenta problemas com a família e com a namorada (Zara Dobura) que não a aceita mais. É uma peça de teatro com música ao vivo, de Lyel Tabosa, na voz e violão.
Ficha Técnica
Sophi Saphirah – Direção Geral da Concepção do Útero – EVA
Lyel Tabosa – Agente Musical (que Produz em Útero) a-Feto na voz e violão
Vinicius Bernardo – Agente de Produção Executiva
Joana Medeiros – Agente em Direção de Elenco | Performa A Mãe Cisgênero – IVETE
Gaê Ferraroni – Performance da Medicina Cisgênera – Dr. PAULINO
Zara Dobura – VIOLETA
Bit Oliveira – Dá a Luz
ttir3D – nome social: Theo Monteiro | Registro de imagens do ultrassom que define o gênero dessa peça
Classificação etária: 12 anos
Distrito T – Capítulo 1
Dia 11/11, sexta-feira, às 19h
A experimentação cênica DISTRITO T – CAPÍTULO 1 apresenta um recorte sobre um ambiente distópico, também conhecido como lugar nenhum, onde corpos dissidentes confluem ideias. A proposta tem relação com as identidades representadas na cena, uma costura entre ficção e realidade, acionando engates de reconhecimento. O capítulo 1 foi criado a partir da necessidade de entender criação, pesquisa de formas não propriamente tradicionais e decolando em direção a territórios desconhecidos, nossa condição enquanto seres em constante transformação.
A realização dessa experimentação cênica é um entrelace de ideias dissidentes que permeiam campos distintos da linguagem artística, potencializando o referencial de performatividades em uma geração babadeira.
Ficha Técnica
Autoria e Direção: Ymoirá Micall
Produção: Carmen Mawu Lima
Assistente de Produção: Cais Vicente
Elenco: Amaré Yndio, Wini Lipi, Léo Braz, Vick Nefertiti, Nu Abe, Maia Caos, Zara Dobura, Jota Vilar, Kaiala Oliveira
Direção Criativa: Mauro Pucci
Iluminação: Verena Teixeira
Classificação indicativa: 16 anos
Réquiem de Guerra
Dia 12/11, sábado, às 19h
Um jovem rapaz tem a delicadeza exorcizada de seu corpo. Uma imitadora de homens do vaudeville é contratada para alistar novos soldados. Um jovem soldado carrega seu próprio corpo pelos campos de batalha.
Partindo de poemas escritos por soldados LGBTQIAP+ no front da I Guerra Mundial, Giovana Lago/Don Giovanni explora através da poética Drag King e da linguagem cabareteira como esse conflito alterou a paisagem e as subjetividades das masculinidades do século XX – e como isso ecoa nos corpos dos jovens rapazes de hoje.
Ficha Técnica
Concepção, dragaturgia e performance: Giovana Lago/Don Giovanni
Interlocução Cênica: Nash Laila
Interlocução “Drag”atúrgica: Neto Machado, Jorge Alencar e Jubileu
Iluminação: Semy Monastier
Direção e Operação de Vídeo: Ricardo Kenji
Figurino: Rafael Jubainski
Identidade Visual: Lucas Ferreira
Assistência de Palco: Felipe Samorano
Apoio de Pesquisa e Desenvolvimento: Festival Panorama 2021 – Raft, uma coprodução do Festival Panorama, Teatro Municipal do Porto, Pact Zollverein, Voo?uit, In Between Time, Vallejo Gantner, Dansehallerne, HAU Hebbel Am Ufer, Gessnerallee, Bates Dance Festival, CCN CAEN en Normandie, Charleroi-Danse, Contemporary Arts Center, Trajal Harrell Company, Festival Transmeriques (FTA), Walker Arts Center, SESC São Paulo.
Classificação indicativa: Livre
Gênero Sapatão
Dia 13/11, domingo, às 19h
Gênero Sapatão trata de um trabalho performativo que propõe a intersecção entre três linguagens através do corpo de artistas lésbicas, uma do teatro Sol Faganello, uma da música, Camila Couto e uma da dança Christelle Kuet, dirigido por Natalia Mallo e produzido por Lola Silva e Natasha Bueno, também colaboradoras da cena. Desmistificar a sapatão, ampliar os repertórios de percepção e falar sobre sua existência é dar visibilidade a essa multiplicidade de identidades e suas subjetividades, é construir possibilidades de resistência e existência.
Ficha Técnica
Direção: Natalia Mallo
Criação e performance: Camila Couto, Christelle Kuet ( Lua- Kris) , Sol Faganello, Lola Silva,
Natasha Bueno
Criação de luz: GIVVA
Produção: Lola Silva e Natasha Bueno
Classificação Indicativa: 12 anos
Chechênia: Um Estudo de Caso
Dia 14/11, segunda-feira, às 19h
“Chechênia: um estudo de caso” é uma peça-palestra, que parte de um substrato jornalístico: as inúmeras notícias sobre a violenta política institucional contra homossexuais perpetrada pela República da Chechênia, para a criação de uma narrativa ficcional que pretende radiografar a homofobia institucional perpetrada pelas instituições como o estado e a família.
A proposta da peça-palestra também é estabelecer uma fricção relacional entre as muitas “Chechênias” que se concretizam no território brasileiro através de um regime necropolítico cada vez mais estabelecido como prática e como política real num estado que se omite e apenas deixa morrer os corpos dissidentes, tornando o Brasil o país que mais mata pessoas LGBTQIAP+ no mundo.
Ficha Técnica
Idealização, Dramaturgia e Atuação: Ronaldo Serruya
Direção Audiovisual: Sol Faganello
Provocação cênica: Luiz Fernando Marques
Produção: Andreia Marques
Classificação Indicativa: 16 anos
O Sacrifício de Cassamba Becker
Dia 15/11, terça-feira, às 19h
“O Sacrifício de Cassamba Becker é um monólogo escrito no início de uma pandemia. Cassamba Becker, com “ss” mesmo, é a grande atriz depauperada e sodomita impecável que finalmente se aposentou e hoje chama de lar o lixão de alguma praia perdida Brasil afora. De lá, ela observa as barbatanas fluorescentes das baleias e vislumbra um mundo mais vasto, sensual e iluminado. Se hoje a crise sócio-político-cultural-sanitária se aprofunda e o futuro dos nossos ecossistemas está por um fio, o que acontece quando buscamos transgredir os tempos, espaços, propósitos e sonhos da nossa sociedade? Ainda é possível imaginar o futuro? “Da insatisfação chegaremos à potencialidade coletiva”, disse certamente Dercy Gonçalves. Ou Gramsci. Pouco importa. O presente não basta. Só o entulho salva.
Ficha Técnica
Direção, performance e dramaturgia: João Victor Toledo
Assistente de direção: Cris Rocha
Direção de arte: Uibirá Barelli
Vídeo: Keren Chernizon
Luz: Vini Florido
Som: João GG
Provocação: Cristiane Paoli Quito
Classificação Indicativa: 18 anos
Serviço:
30º Festival Mix Brasil – Dramática
Data: 10 a 15 de novembro, de quinta a terça-feira, 19h
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno
Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista. São Paulo (SP)
Capacidade: 149 lugares (143 lugares e 6 espaços de cadeirantes)
Ingressos: Gratuito | Sympla
Sobre a Amigos da Arte
A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão do Teatro Sérgio Cardoso, Teatro Sérgio Cardoso Digital e Teatro de Araras, além da plataforma de streaming e vídeo por demanda #CulturaEmCasa, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus mais de 17 anos de atuação, a Organização desenvolveu cerca de 60 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.
Sobre o Teatro Sérgio Cardoso
Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso mantém a tradição e a relevância conquistada em mais de 40 anos de atuação na capital paulista. Palco de espetáculos musicais, dança, peças de teatro, o equipamento é um dos últimos grandes teatros de rua da capital, e foi fundamental nos dois anos de pandemia, quando abriu as portas, a partir de rígidos protocolos de saúde, para a gravação de especiais difundidos pela plataforma #CulturaEmCasa.
Composto por duas salas de espetáculo, quatro dedicadas a ensaios, além de uma sala de captação e transmissão, o Teatro tem capacidade para abrigar com acessibilidade oito pessoas na sala Nydia Licia, 827 na sala Paschoal Magno 149 pessoas são comportadas no hall de entrada, onde também acontecem apresentações e aulas de dança.
Em junho deste ano, mais uma vez o Teatro inovou com o lançamento da Sala Digital. Com um investimento em alta tecnologia e adaptação para as necessidades virtuais, a Sala Digital, na vanguarda dos teatros públicos brasileiros, vai ao encontro de forma inédita da democratização do acesso à cultura com objetivo de garantir uma experiência online o mais próxima possível da presencial.
Imagem em destaque: Distrito T/Divulgação