Fome avança e atinge gravemente quase 200 milhões de pessoas em todo o mundo
Em sua sexta edição anual, o Relatório Global sobre Crises Alimentares, publicado em 4 de maio pela Organização das Nações Unidas, revela que, no ano passado, a fome cresceu cerca de 22% no mundo e atingiu pelo menos 193 milhões de pessoas em 53 países ou territórios. Fatores como conflito, clima extremo e choques econômicos agravam a situação, que já era alarmante. Entre os países de língua portuguesa incluídos na lista de nações com insegurança alimentar estão Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.
E o quadro tende a piorar com os alimentos cada vez mais caros, as dificuldades trazidas pela mudança climática e conflitos como o da Ucrânia e muitos outros que assolam o planeta. Com o avanço constante da fome observado em 39 dos países ou territórios analisados desde 2018, António Guterres, secretário geral das Nações Unidas, adverte que o mundo está seguindo na direção errada. Em países como Etiópia, Madagascar, Sudão do Sul e Iêmen, a realidade de meio milhão de pessoas requer ações mais urgentes para que se evite a morte.
Jutta Urpilainen, comissária da União Europeia de Parcerias Internacionais, fez apelos no sentido de uma ação global que “evite a maior crise alimentar da história e a agitação social, econômica e política que pode resultar dela”.
Imagem em destaque: Nova publicação destaca que 193 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda. Crédito Ifad/Santiago Albert Pons