Buraco de ozônio na Antártida fechou no fim do ano após atingir recordes
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), no ano passado, na Antártida, o buraco de ozônio foi o mais duradouro e um dos maiores e mais profundos desde o início do monitoramento da camada, há 40 anos. Especialistas explicam que isso ocorreu devido às condições meteorológicas e à presença de substâncias que destroem a camada na atmosfera. Mas ele fechou no final de dezembro.
Causas
O buraco cresceu rapidamente a partir de meados de agosto e atingiu o ponto máximo, em 20 de setembro, espalhando-se pela maior parte do continente. O fenômeno foi impulsionado por um vórtice polar forte e temperaturas muito frias na estratosfera. Os mesmos fatores meteorológicos também contribuíram para o buraco recorde de ozônio no Ártico.
Em 2019, o buraco tinha sido pequeno e de curta duração. A chefe da Divisão de Pesquisa Ambiental Atmosférica da OMM, Oksana Tarasova, destacou ser necessária uma “ação internacional contínua para fazer cumprir o Protocolo de Montreal sobre os produtos químicos que destroem a camada de ozônio”. Segundo ela, “ainda há substâncias danosas da camada de ozônio suficientes na atmosfera para causar a destruição da camada anualmente.”
Acompanhamento
A cada estação, o surgimento do buraco e sua evolução são monitorados por meio de satélites e uma série de estações terrestres.
O Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, de 1987, previa medidas para controlar a produção e o consumo global de produtos químicos prejudiciais à camada. Com base no desenvolvimento científico, o Protocolo definiu o controle de cerca de 100 produtos químicos de diversas categorias.
A última avaliação da OMM, emitida em 2018, concluiu que a camada de ozônio está no caminho da recuperação, porém lenta. Dados mostram uma tendência de diminuição da área do buraco de ozônio, diminuição essa que varia, de ano para ano.
De acordo com as previsões, até 2060, a atmosfera deve retornar aos valores do ozônio registrados antes dos anos de 1980 sobre a Antártida.
Com informações da Organização das Nações Unidas. Foto: Antártida. Crédito OMM – Gonzalo Javier Bertolotto Quintana